Este blog destina-se a interagir com alunos, profissionais da área de História e curiosos que apreciem a arte de ensinar e aprender. “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais...” --->Rubens Alves.
Sejam bem vindos!

terça-feira, 10 de julho de 2012

História do Ouro no Brasil


Por Caroline Faria


No fim do século XVII a produção açucareira no Brasil enfrenta uma séria crise devido à prosperidade dos engenhos açucareiros nas colônias holandesas, francesas e inglesas da América Central. Como Portugal dependia, e muito, dos impostos que eram cobrados da colônia a Coroa passou a estimular seus funcionários e demais habitantes, principalmente os do Planalto de Piratininga, atual São Paulo, a desbravar as terras ainda desconhecidas em busca de ouro e pedras preciosas.
A primeira grande descoberta deu-se nos sertões de Taubaté, em 1697, quando o então governador do Rio de Janeiro Castro Caldas anunciou a descoberta de “dezoito a vinte ribeiro de ouro da melhor qualidade” pelos paulistas. Neste mesmo ano, em janeiro, a Coroa havia enviado a Carta Régia onde prometia ajuda de custos de R$ 600.000/ano ao Governador Arthur de Sá para ajudar nas buscas pelos metais preciosos.
Iniciou-se então a primeira “corrida do ouro” da história moderna. A quantidade de gente aportando no Brasil e, deixando Portugal, era tamanha que em 1720, D. João V criou uma lei para controlar a saída dos portugueses. A lei, claro, não adiantou muito e em 1709 passaram a ser adotadas licenças especiais e mesmo passaportes como tentativa de frear o fluxo emigratório português. De 300 mil habitantes em 1690, a colônia passara a cerca de 2.000.000.
Durante o século XVIII, auge do período de exploração do ouro no Brasil, diversos povoamentos foram fundados. Esta foi a medida encontrada pela Coroa para tentar acalmar um pouco o verdadeiro caos que se instalara na colônia com cidades inteiras sendo abandonadas por seus habitantes que saíam em busca de ouro nos garimpos.
Após a queda de produção do sistema de exploração aurífera de aluvião, passou a ser necessárias técnicas mais refinadas que exigiam a permanência por maior período do garimpeiro junto aos locais de exploração o que também contribuiu para o estabelecimento das vilas.
É nesse período que são fundadas as Vilas de São João Del Rei, do Ribeirão do Carmo, atual Mariana, Vila Real de Sabará, de Pitanguí e Vila Rica de Ouro Preto, atual Ouro Preto, além de outras.
Porém, a Coroa, que já impusera o imposto do Quinto quando do começo das explorações, onde exigia que um quinto de tudo que fosse extraído seria dela por direito, ainda resolvera completar a carga tributária com mais impostos gerando uma série de insatisfações (incluindo a Inconfidência Mineira, que teve na exploração da metrópole um de seus principais motivos).
A exploração do ouro no Brasil teve grande importância porque deslocou o eixo político-econômico da colônia para região sul-sudeste, com o estabelecimento da capital no Rio de Janeiro. Outro fator importante foi a ocupação das regiões Brasil adentro e não apenas no litoral como se fazia até então. A exploração aurífera possibilitou ainda, um enorme crescimento demográfico e o estabelecimento de um comércio/mercado interno, uma vez que os produtos da colônia não eram mais apenas para exportação como ocorria com o açúcar e o tabaco do nordeste e fez com que surgisse a necessidade de uma produção de alimentos interna que pudesse suprir as necessidades dos novos habitantes. Ainda um último aspecto importante da explosão demográfica provocada pelo período de exploração do ouro no Brasil colônia, foi a questão do desenvolvimento de uma classe média composta por artesãos, artistas, poetas e intelectuais que contribuíram para o grande desenvolvimento cultural do Brasil naquela época.

domingo, 8 de julho de 2012

REPÚBLICA VELHA


REPÚBLICA VELHA
Por Profª Silvana


A República foi proclamada em 15 de novembro de 1889 , dando fim a uma Monarquia em crise. Afastado do poder, D. Pedro II teve que deixar o Brasil. O período que vai de 1889 a 1930 é conhecido como a República Velha. Faz parte da República Velha a República da Espada que é o nome dado ao primeiro período republicano no Brasil, de 1889 a 1894. O termo “Espada” faz referência a atuação dos militares na transição entre a Monarquia e a República. Este período, juntamente com a República Oligárquica que é o período da História do Brasil marcado pelo domínio político das elites agrárias mineiras, paulistas e cariocas. O Brasil firmou-se como um país exportador de café, e a indústria deu um significativo salto. Na área social, várias revoltas e problemas sociais aconteceram nos quatro cantos do território brasileiro.
A REPÚBLICA DA ESPADA (1889 A 1894)
Em 15 de novembro de 1889, aconteceu a Proclamação da República, liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por militares. Deodoro da Fonseca, tornou-se Chefe do Governo Provisório. Em 1891, renunciou e quem assumiu foi o vice-presidente : Floriano Peixoto. O militar Floriano, em seu governo, intensificou a repressão aos que ainda davam apoio à monarquia.
• O primeiro presidente da República foi eleito indiretamente, tornando-se um governante provisório.
• Durante seu governo, Rui Barbosa foi ministro da fazenda, levando o país a uma crise econômica denominada encilhamento .
• Neste período foi criada uma nova Constituição para o país, denominada Constituição de 1891.
• Deodoro da Fonseca renunciou ao cargo de presidente em 1891, devido a fortes pressões internas. Foi substituído pelo também marechal Floriano Peixoto.
A CONSTITUIÇÃO DE 1891 (PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA)
Após o início da República havia a necessidade da elaboração de uma nova Constituição, pois a antiga ainda seguia os ideais da monarquia. A constituição de 1891, garantiu alguns avanços políticos, embora apresentasse algumas limitações, pois representava os interesses das elites agrárias do pais. A nova constituição implantou o voto universal para os cidadãos (mulheres, analfabetos, militares de baixa patente ficavam de fora). A constituição instituiu o presidencialismo e o voto aberto.
• A Constituição de 1891 foi a primeira Constituição republicana e a segunda na história do país.
• Inspirada na Constituição dos Estados Unidos, estabelecia algumas diretrizes, como:
1. O Brasil se tornava uma República Federativa e Presidencialista.
2. Separação entre Igreja e Estado.
3. Voto universal, mas não podiam votar mulheres, analfabetos, mendigos, sacerdotes e soldados.
• O marechal Floriano Peixoto governou de 1891 a 1894.
• Por seu jeito de governar, ficou conhecido como “marechal de ferro”.
• Durante seu governo, enfrentou duas revoltas: a Revolta da Armada e Revolução Federalista.
• Morreu em 1895, pouco tempo depois de entregar o governo para Prudente de Morais. O governo de Morais inicia o que se denomina República Oligárquica.
REPÚBLICA DAS OLIGARQUIAS
O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor agrário. Estes políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois Partidos controlavam as eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada. Contavam com o apoio da elite agrária do país. Dominando o poder, estes presidentes implementaram políticas que beneficiaram o setor agrário do país, principalmente, os fazendeiros de café do oeste paulista.
• República Oligárquica é o termo utilizado para denominar o período entre 1894 e 1930, em que o Brasil foi governado por grupos ligados ao café.
• O termo “Oligárquica” significa que o poder estava concentrado num grupo pequeno, uma elite.
• Este período, juntamente com a República da Espada, faz parte da República Velha.
POLÍTICA DO CAFÉ-COM-LEITE
A maioria dos presidentes desta época eram políticos de Minas Gerais e São Paulo. Estes dois estados eram os mais ricos da nação e, por isso, dominavam o cenário político da República. Saídos das elites mineiras e paulistas, os presidentes acabavam favorecendo sempre o setor agrícola, principalmente do café (paulista) e do leite (mineiro). A política do café-com-leite sofreu duras críticas de empresários ligados à indústria, que estava em expansão neste período.
Se por um lado a política do café-com-leite privilegiou e favoreceu o crescimento da agricultura e da pecuária na região Sudeste, por outro, acabou provocando um abandono das outras regiões do país. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam pouca atenção destes políticos e tiveram seus problemas sociais agravados.
• Com o fim do governo dos militares, em 1894, o Brasil passou a ter presidentes vinculados a grupos cafeeiros.
• Neste período, a maioria dos presidentes eleitos ou eram de São Paulo, que produzia o café, ou Minas Gerais, que produzia leite.
• Por este motivo, o revezamento de presidentes escolhidos entre São Paulo e Minas Gerais, ficou conhecido como Política do Café-com-Leite.
• Os presidentes, durante este período, foram: Prudente de Morais, Campos Sales, Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Venceslau Brás, Delfim Moreira, Epitácio Pessoa, Artur Bernardes, Washington Luís, Júlio Prestes.
• A Política do Café-com-Leite está relacionada com uma troca de favores políticos entre o governo federal e o estadual, denominada Política dos Governadores.
• Em algumas cidades do interior, em especial no Nordeste, vigorava a prática do Coronelismo.
• Coronel era o nome que se dava a alguém que, por seu poder, influenciava na política local, geralmente um fazendeiro.
Sendo o voto não-secreto, e através da violência ou suborno, os coronéis geralmente conseguiam eleger os políticos de sua preferência. “voto de cabresto” que era de acordo com a vontade dos coronéis.
O CORONELISMO
A figura do "coronel" era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, onde o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo de violência para que os eleitores de seu "curral eleitoral" votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votasse nos candidatos indicados. O coronel também utilizava outros "recursos" para conseguir seus objetivos políticos, tais como: compra de votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e violência.
O CONVÊNIO DE TAUBATÉ
Essa foi uma fórmula encontrada pelo governo republicano para beneficiar os cafeicultores em momentos de crise. Quando o preço do café abaixava muito, o governo federal comprava o excedente de café e estocava. Esperava-se a alta do preço do café e então os estoques eram liberados. Esta política mantinha o preço do café, principal produto de exportação, sempre em alta e garantia os lucros dos fazendeiros de café.
MOVIMENTOS SOCIAIS
1. Revolta da Armada
• A Revolta da Armada ocorreu no Rio de Janeiro, entre 1891 e 1893.
• Foi um movimento de rebelião promovido por unidades da Marinha do Brasil contra o Exército e o governo de Floriano.
• Os líderes da Marinha e integrantes do movimento foram derrotados pelas tropas do governo.
2. Revolução Federalista
• A Revolução Federalista ocorreu no Rio Grande do Sul, com reflexos em Santa Catarina, entre 1893 e 1895.
• A luta ocorreu entre os denominados pica-paus, favoráveis ao governo, e maragatos, contrários ao governo.
• Os pica-paus desejavam mais centralização do poder, enquanto os maragatos queriam mais autonomia para os estados.
• A revolução teve reflexos em Santa Catarina.
• Floriano Peixoto mandou matar 185 maragatos na fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim , na então Ilha de Nossa Senhora do Desterro.
• Em 1894, o então governador Hercílio Luz mudou o nome da capital: Nossa Senhora do Desterro passou a se chamar Florianópolis, em homenagem a Floriano Peixoto.
• O nome é alvo de discussão até hoje, pois existem segmentos na capital catarinense, que consideram injusto a homenagem a Floriano Peixoto, que mandou matar os catarinenses na fortaleza.
3. Guerra de Canudos
• A Guerra de Canudos ocorreu entre 1896 e 1897, na Bahia.
• O arraial de Canudos foi criado sob a liderança de Antônio Conselheiro, e agregava famílias pobres do sertão baiano.
• O movimento tinha caráter coletivista, messiânico e monarquista. Conselheiro atribuía à República os males que sofria a população brasileira.
• Considerando Canudos uma ameaça, o governo federal e estadual mandaram o exército para destruir o arraial. Porém, foram necessárias quatro expedições para vencer os sertanejos.
4. Guerra do Contestado
• A Guerra do Contestado ocorreu entre 1912 e 1916, foi a disputa (contestar) entre Paraná e Santa Catarina por terras ferteis para o cultivo de erva-mate e rica em recursos florestais.
• Foram mais de três anos de luta entre tropas do governo e os camponeses, até a vitória do exército.
• Esta guerra é considerada a primeira a utilizar aviões.
5. Revolta da Vacina
• A Revolta da Vacina ocorreu em 1904, no Rio de Janeiro.
• Os motivos da revolta estão ligados à higiene precária no Rio de Janeiro, que facilitava a proliferação de doenças.
• Diante deste quadro, o médico Oswaldo Cruz assumiu o compromisso de acabar com a febre amarela e a varíola.
• Para isso decretou a vacina obrigatória, mas o povo não aceitava ser vacinado a força, e se revoltou.
6. Revolta da Chibata
• A Revolta da Chibata ocorreu em 1910, no Rio de Janeiro.
• Os motivos estão ligados aos castigos físicos a que eram submetidos alguns marinheiros, através de chibatadas.
• Diante do abuso nos castigos corporais, alguns marinheiros se revoltaram, liderados por João Cândido, conhecido como Almirante Negro.
• O então presidente Hermes da Fonseca prometeu, em troca do fim da revolta, o fim das chibatadas, e perdão aos marinheiros que se revoltaram. Porém, boa parte das promessas não foram cumpridas.
7. Cangaço
• Cangaço ocorreu entre 1870 e 1940, no sertão nordestino.
• Com o aumento da miséria no sertão, grupos de cangaceiros passaram a atuar de forma independente, contra os Coronéis.
• Os cangaceiros eram considerados fora-da-lei e saqueadores, por uns, e justiceiros por outros.
• Um dos grupos de cangaceiros mais famosos, foi liderado por Virgulino Ferreira (O Lampião).
8. Tenentismo
• O Tenentismo ocorreu entre 1922 e 1927, em diferentes localidades.
• Tinham, em comum, o descontentamento com o governo.
• A primeira revolta dos tenentes ocorreu em 1922, no Rio de Janeiro, e ficou conhecido como os “Dezoito do Forte”.
• A segunda revolta ocorreu em 1924, em São Paulo, liderados pelo general Isidoro Dias.
• A terceira revolta ocorreu de 1924 a 1927, e ficou conhecida como Coluna Prestes. Os revoltosos, liderados por Luís Carlos Prestes, percorreram mais de 10 estados brasileiros, incitando o povo contra o governo.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

DICAS PARA PASSAR NO ENEM




Algumas dicas simples para aqueles que buscam se preparar e tentar passar no Enem 2012. Lembre-se: você deve adaptar as dicas para o seu ritmo próprio para obter um melhor aproveitamento nos estudos.

Organização
Cada um tem seu ritmo. Determine seu horário de estudo sem se preocupar com o horário escolhido pelo colega, procure observar os melhores horários para não haver problemas futuros.

Dedicação
Procure revisaras matérias do dia e mantenha os conteúdos em dia através de exercícios. Procure dividir seu tempo igualmente entre as disciplinas. É comum priorizar o estudo das disciplinas discursivas, mas lembre-se de que o importante é fazer a diferença com outras disciplinas.

Prioridade
Torne o estudo sua prioridade. Intensifique o horário extra de estudos, em casa ou na biblioteca. É hora de desligar o computador e abandonar maus hábitos como Orkut, MSN, Jogos e lembre-se, o que está em jogo é a sua aprovação.

Recomeço
Para quem vai começar do zero. A dica é não se preocupar com as matérias que perdeu, e sim com o que será dado a partir de agora. Geralmente o conteúdo abordado no segundo semestre é o mais exigido nos vestibulares.

Revisão
Intercale a prática com leitura. Faça revisões de conteúdo através de exercícios orientados pelos professores. Agora é hora de “grudar” ainda mais neles, nunca deixa dúvidas procure sempre respostas.

Casa
Seu quarto tem que ser transformado no seu quartel general de estudos. Procure fazer alguns cartazes para lembrar-se de datas especiais, fórmulas e dicas em particular. Espalhe o material pela parede, cama, porta ou até mesmo no teto.
Finais de semana
Esse é a hora de usar seus finais de semanas para estudos. Utilize o sábado, pela manhã e a tarde, para estudar as disciplinas, sabendo distribuir as horas equilibradamente para cada disciplina. Aos domingos, estude redação e faça leituras, de preferência pela manhã. Procure ficar atualizado lendo jornais ou revistar com notícias. Utilize o resto do domingo para descansar.

Sono
Uma vida tranquila requer uma noite de sono tranquila. Lembre-se de que o sono é reparador e melhora a capacidade intelectual e o poder de concentração. Evite virar a noite estudando ou com outros afazeres que não dizem respeito ao seu sucesso profissional.

Passado
Refaça as provas anteriores da universidade que você vai tentar o vestibular que vão te familiarizar com o tipo de assunto que é cobrado na primeira etapa.

Informação
As informações mais visadas pela mídia podem ser abordadas nas provas, principalmente nas redações. Fique atento ao que é assunto nacional. Uma boa dica para se manter informado é a leitura de jornais e revistas como ISTO É, VEJA e jornais de sua região. A maioria das matérias utilizadas em vestibulares são retiradas dessa bibliografia e em particular nos meses de junho à setembro.

Estas dicas também podem ser seguidas para estudantes de ensino médio como 1° e 2° ano, assim eles não terão um 3° ano tão apertado e desesperado por não ter se dedicado mais nos anos anteriores.

segunda-feira, 2 de julho de 2012


VOLTA ÀS AULAS 2012

 Mais uma vez estamos nos preparando para retornar às atividades na escola. É sempre bom o descanso, mas, voltar para as aulas cheio de expectativas e energia, é melhor ainda!

 Aguardo vocês, meus alunos, nesse início de julho.

 Aos alunos do Brasil e do mundo, cada um voltando nas suas respectivas épocas, bom retorno e sucesso!

 Infelizmente, nem todos poderão voltar às suas escolas agora por razões diversas. Estamos na torcida para que logo todas as dificuldades sejam amenizadas e vencidas! Vai passar...

Sejam bem vindos ao segundo semestre!

Profª Silvana Reis




Nosso calendário é regido por deuses, imperadores e números romanos


por Álvaro Oppermann


Antes de Roma ser fundada, as colinas de Alba eram ocupadas por tribos latinas, que dividiam o ano em períodos nomeados de acordo com seus deuses. Os romanos adaptaram essa estrutura. De acordo com alguns pensadores, como Plutarco (45-125), no princípio dessa civilização o ano tinha dez meses e começava por Martius (atual março). Os outros dois teriam sido acrescentados por Numa Pompílio, o segundo rei de Roma, que governou por volta de 700 a.C.

Os romanos não davam nome apenas para os meses, mas também para alguns dias especiais. O primeiro de cada mês se chamava Calendae e significava "dia de pagar as contas" - daí a origem da palavra calendário, "livro de contas". Idus marcava o meio do mês, e Nonae correspondia ao nono dia antes de Idus. E essa era apenas uma das diversas confusões da folhinha romana.

Até Júlio César (100 a.C.-46 a.C.) reformar o calendário local, os meses eram lunares (sincronizados com o movimento da lua, como hoje acontece em países muçulmanos), mas as festas em homenagem aos deuses permaneciam designadas pelas estações. O descompasso, de dez dias por ano, fazia com que, em todos os triênios, um décimo terceiro mês, o Intercalaris, tivesse que ser enxertado.

Com a ajuda de matemáticos do Egito emprestados por Cleópatra, Júlio César acabou com a bagunça ao estabelecer o seguinte calendário solar: Januarius, Februarius, Martius, Aprilis, Maius, Junius, Quinctilis, Sextilis, September, October, November e December. Quase igual ao nosso, com as diferenças de que Quinctilis e Sextilis deram origem ao meses de julho e agosto. Quando e como isso aconteceu, você descobre lendo o quadro abaixo.

Folhinha milenar
Divisão do ano é basicamente a mesma há 20 séculos
Janeiro
Januarius era uma homenagem ao deus Jano, o senhor dos solstícios, encarregado de iniciar o inverno e o verão. Seu nome vem daí: ianitor quer dizer porteiro, aquele que comanda as portas dos ciclos de tempo.

Fevereiro
O nome se referia a um rito de purificação, que em latim se chamava februa. Logo, Februarius era o mês de realizar essa cerimônia. Nesse período, os romanos faziam oferendas e sacrifícios de animais aos deuses do panteão, para que a primavera vindoura trouxesse bonança.

Por que 28 dias?
Até 27 a.C., fevereiro tinha 29 dias. Quando o Senado criou o mês de agosto para homenagear Augusto, surgiu um problema: julho, o mês de Júlio César, tinha 31 dias, e o do imperador, só 30. Então o Senado tirou mais um dia de fevereiro.

Março
Dedicado a Marte, o deus da guerra. A homenagem, porém, tinha outra motivação, bem menos beligerante. Como Marte também regia a geração da vida, Martius era o mês da semeadura nos campos.

Abril
Pode ter surgido para celebrar a deusa do amor, Vênus. Na primeiro dia do mês, as mulheres dançavam com coroas de flores. Outra hipótese é a de que Aprilis tenha se originado de aperio, "abrir" em latim. Seria a época do desabrochar da primavera.

Maio
Homenagem a Maia, uma das deusas da primavera. Seu filho era o deus Mercúrio, pai da medicina e das ciências ocultas. Por esse motivo, segundo escreveu Ovídio na obra Fastos, Maius era chamado de "o mês do conhecimento".

Junho
Faz alusão a Juno, a esposa de Júpiter. Se havia uma entidade poderosa no panteão romano, era ela, a guardiã do casamento e do bem-estar de todas as mulheres.

Julho
Chamava-se Quinctilis e era simplesmente o nome do quinto mês do antigo calendário romano. Até que, em 44 a.C. o Senado romano mudou o nome para Julius, em homenagem a Júlio César.

Agosto
Antes era Sextilis, "o sexto mês". De acordo com o historiador Suetônio, o nome Augustus foi adotado em 27 a.C., em homenagem ao primeiro imperador romano, César Augusto (63 a.C.-14 d.C.).

Setembro a dezembro
Para os últimos quatro meses do ano, a explicação é simples: setembro vem de Septem, que em latim significa "sete". Era, portanto, o sétimo mês do calendário antigo. A mesma lógica se repete até o fim do ano. Outubro veio de October (oitavo mês, de octo), novembro de November (nono mês, de novem, e data do Ludi Plebeii, um festival em homenagem a Júpiter) e dezembro de December (décimo mês, de decem).

E o ano bissexto?
Dia extra a cada quatro anos corrige distorção
Ao adotar o calendário solar, em 44 a.C., Júlio César criou o ano de 365 dias e um quarto. Por causa dessa diferença, a cada quatro anos era necessário atualizar as horas acumuladas com um dia extra. O problema do calendário juliano é que, na verdade, um ano tem 11 minutos e 14 segundos a menos do que se estimava. Por isso, em 1582, o papa Gregório XIII (1502-1585) anulou dez dias do calendário e determinou que, dos anos terminados em 00, só seriam bissextos os divisíveis por 400. E o nome "bissexto" tem uma explicação curiosa: em Roma, celebrava-se o dia extra no sexto dia de março, que era contado duas vezes.

FONTE: Revista AVENTURAS NA HISTÓRIA


sábado, 30 de junho de 2012